Sabe o que seria um presente perfeito? Rever ao menos mais uma vez o brilho dos seus olhos, que me traria a certeza de que um dia eu pude sentir o calor dos seus braços entre o torpor de seus beijos. E me fariam esquecer que um dia houve a dor e as noites em que eu chamei seu nome em meu quarto gélido enquanto o vazio que pulsava dentro de mim, era a única coisa que você me deixara.
Mas mesmo se eu fechar meus olhos, ainda consigo ver você com aquele sorriso que me dava todas as manhãs, e que ele era mais radiante que o sol. Seus olhos, eles mais pareciam um oceano, no qual que sempre desejei mergulhar por toda a eternidade. Eram tão profundos e tão cheios de segredos.Mas eu nunca pude desvendar algum sequer.
Não é a sua ausência que me dilacera lentamente. Não é o vazio que você deixou, muito menos as lembranças que ainda guardo. É a sensação de ter você sempre por perto e não poder sentir o seu calor, não poder ouvir ao menos alguma de suas mentiras, para depois você me abraçar e dizer que está tudo bem.
Tentei deixar que o tempo, as pessoas e outros amores, se é que possa chamar de amores, anestesiassem você dentro de mim, mas foi em vão. Porque eu tenho você por inteiro dentro do meu corpo, da minha alma, em cada molécula que possa chamar de minha.
Então deixe-me arder no vazio das minhas lembranças. Pois a saudade que me consumia não se compara a minha agonia.
Eu procuro te encontrar, e quando consigo, desejo estar o mais distante possível e isso chega a ser hipócrita.
Mesmo que minha sanidade jogue pela janela toda a minha razão, e o amor próprio bata na porta da compaixão aos berros, dizendo que o melhor que eu faço é te absorver e te excretar da minha vida, eu ainda sim te guardaria em algum lugar onde ninguém possa te achar. Apenas para lembrar de uma coisa todos os dias quando o sol entrar pela minha janela e me acordar, que um dia você estava lá.
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